quarta-feira, janeiro 24, 2007

Navegar e viver...é preciso!

Faltam dois dias para largar esta experiência que iniciei à nove meses. Cheguei numa manhã confuso com o que via da janela do táxi, onde reina uma cidade enorme em que os edifícios arranham os céus e pessoas num número quase infinito. Bem parecido ao que tinha em Lisboa mas numa proporção bem maior. Assustado sobre o que me esperava.

Ao início quando sai do quarto do hotel para trocar os 300 euros que tinha no bolso só me ocorria a ideia que ia ser assaltado a qualquer momento. Cinco meses de São Paulo mudaram a minha opinião e tornaram uma cidade onde criei um alicerce e que apesar de ter os perigos conhecidos, é preciso saber viver numa cidade desta dimensão.

De quatro meses Vitória levo a recordação de quando cheguei pensei que era só praia, mas vi que a cidade nos próximos anos vai crescer muito. Empresas como Petrobras, Vale do Rio Doce, CST Tubarão e Escelsa vão desenvolver imenso esta apaixonante cidade. Delicia de ilha que é Vitória, aconchegante onde as pessoas recebem bem e têm um sorriso sempre na cara.

Dos momentos que vivi aqui em São Paulo e Vitória, hei-de sempre lembrar:

- Da maravilhosa comida Italiana, Mexicana, Árabe, Japonesa, Indiana de São Paulo;
- Da deliciosa Moqueca de Badejo do Geraldinho em Manguinhos, e do Caranguejo;
- Das baladas de São Paulo, Santa Aldeia, O Bar Baro, Papagaio Vintém;
- Dos botecos de Vitória, Abertura, Bilac, Ilha Acústico, Empório;
- Dos edifícios gigantes a perder de vista de São Paulo;
- Das praias de Vitória, Manguinhos, Guarapari, Vilha Velha e Camburi;
- Dos momentos maravilhosos que vivi no meu flat da Rua Carlos Sampaio;
- Da vista e dos momentos maravilhoso que vivi no Hotel Íbis na Praia do Canto;
- Da minha família de São Paulo, Cátia, Ana, Paulo e Alexandre…
- Da minha família de Vitória, Schirlei, Maria, Ricardinho, Celi, Nina…
- Do ambiente de trabalho e dos colegas na Efacec Brasil em São Paulo;
- Do ambiente de trabalho e dos colegas na Escelsa em Carapina;
- Do que aprendi no trabalho em São Paulo;
- Do que aprendi no trabalho em Vitória;
- De que o Chopp Brahma sabe melhor em São Paulo;
- De que a garrafa de Brahma sabe melhor em Vitória;
- Do pastel de bacalhau e sanduíche mortadela do mercadão;
- Do Kieber e do caldo verde do Abertura;
- De que sou alérgico ao Creme de Papaya de São Paulo;
- De que sou alérgico à frigideira de marisco de Vitória;
- De que aprendi a fazer macarrão em São Paulo;
- De que aprendi a fazer moqueca em Vitória;
- Das gírias que aprendi em São Paulo e Vitória;
- Das pessoas que conheci em São Paulo;
- Da simpatia das pessoas em Vitória;
- De me confundirem com espanhol em São Paulo;
- De me confundirem com o argentino em Vitória;
- Do céu cinzento claro de noite de São Paulo;
- Do céu estrelado em Vitória;
- Da diferença cultural de São Paulo;
- Da identidade e simpatia do povo Capixaba;
- Da minha paixão de São Paulo e de Vitória;
- De todos os amigos que fiz aqui no Brasil;

Resumindo, de tudo o vivi nestes nove meses…

Deixo aqui um pouco do meu coração e levo muitas lembranças que me iram acompanhar ao longo da minha vida…Isto não é uma maneira de dizer Adeus, mas sim, um até breve!

Em Portugal espero encontrar as pessoas com quem não estive e que não me acompanharam nestes nove meses, levo daqui histórias e memórias para quem as quiser ouvir. As saudades, essas serão terminadas e um novo capítulo da minha vida irá começar, e novas saudades iram surgir...

Com Fernando Pessoa descobri que navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:

"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito desta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Eu naveguei e eu vivi…

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Passagem de ano em Copacabana

Bem que dizer destes maravilhosos dias em Copacabana. Foram momentos inesquecíveis. O meu avião atrasou à ida, e já estava a ver que passava a noite no aeroporto de Vitória, mas tive uma ajudinha de São Pedro que abrandou a chuva que se fazia sentir na madrugada. Quando cheguei ao albergue, já estavam todos a dormir e não deu para fazer muito mais. No dia seguinte comecei a conhecer aos poucos as pessoas deste albergue, o Brazuca’s Hostel. Nunca me senti tanto em casa e num ambiente familiar, como neste albergue. A dona do albergue, um amor de pessoa e trata todos como se fossem da família, dai toda a gente se sentir em casa. Nos dias anteriores ao 31 ainda deu para conhecer lugares famosíssimos como a Academia da cachaça, Guapo Loco, Bar Devassa, Botequim Informal…e ainda o Porção! (Viva o Contacto!!!)


Dia de reiveillon, fizemos um passeio maravilhoso e arriscado, às cascatas na serra da Tijuca. Falam os cariocas que é uma das mais bonitas no estado do Rio de Janeiro. Eu gostei, mas não achei nada de especial. Deu sim para aprender a conhecer melhor as pessoas e criar laços de amizade com pessoas de países diferentes. Pessoas com culturas diferentes mas com objectivo comum, ter um reiveillon em grande.


Quanto à passagem de ano, foi muito louca, perto de 2.5 milhões de pessoas nas praias de Copacabana e Ipanema, com o concerto de Black Eye Pies, inesquecível. Foram vinte minutos de fogo de artifício magnífico, e ver o ambiente nas ruas com as pessoas todas vestidas de branco, foi uma ideia de paz nas ruas. Correu tudo bem e deu até para ir tomar um banho de roupa vestida. Espero que este novo ano seja para todos as pessoas que eu gosto e que eu conheço seja o melhor de todas as suas vidas, e que recordaremos 2007 para muitos anos. Para mim 2006 foi um ano que mudou a minha vida, passei da monotonia, para uma vida agitada, onde conheci muita gente nova, fiz muita coisa diferente, coisas que só sonhava em fazer. È certo para mim escrever aqui e dizer que realizei muitos sonhos que tinha desde criança, um deles era visitar Rio de Janeiro e passar reiveillon, outro era trabalhar fora de Portugal e por último experimentar viver sozinho sem ajuda de ninguém. O que me reserva este ano de 2007 não sei, mas sei que apesar de o meu estágio estar a terminar vou continuar a perseguir novos sonhos…”deixem-me sonhar!”